Oh Capitão, meu Capitão...

Apanha logo os seus botões de rosa enquanto podes. O tempo voa. E esta flor que hoje sorri amanha estará morta... O termo em latim para este sentimento é Carpe Diem. Quem sabe o que significa? Significa Aproveite o Dia...

Apanha logo os seus botões de rosa... Por quê ele usou esses versos? Porque tem pressa? Não! A resposta é simples... porque somos alimentos para os vermes, meus caros... Acreditem ou não, todos nós nesta vida um dia vai deixar de respirar, vamos ficar frios e morrer...

Queria que se aproximassem e que examinassem alguns rostos do passado... Vocês já passaram por eles muitas vezes, mas quase nunca chegaram a olhar direito. Eles não são diferentes de você. O mesmo cabelo, cheios de hormônios, como vocês... Invencíveis, como vocês se sentem. O mundo é deles. Eles acham que estão destinados a grandes coisas, como muitos de vocês. Os olhos estão cheios de esperança, como os de vocês. Será que esperaram até tarde demais para fazer de suas vidas um décimo do que eram capazes? Porque, cavalheiros, agora eles estão mortos e enterrados, viraram fertilizante.

Mas se escutarem bem, se vocês se aproximassem melhor, ouvirão o legado deles para vocês... Aproximem-se, escutem... Estão ouvindo? Carpe... Carpe... Carpe Diem... Aproveitem o dia, rapazes... tornem suas vidas extraordinárias...

Não importa o que digam... Palavras e idéias podem mudar o mundo... Eu vejo alguém pensar que a literatura do século XIX não tem nada a ver com estudar Medicina ou Administração, não é? Talvez... alguém pode concordar pensando: É, devemos apenas estudar o Sr. Pritchard, aprender rima e métrica, e não nos preocuparmos em arrumar outras ambições... Quero revelar um segredo. Aproximem-se para ouvir... Nós não lemos ou escrevemos poesia porque é bonito. Nós lemos e escrevemos porque pertencemos a raça humana e a raça humana está cheia de paixão... Medicina, Direito, Engenharia, são ambições nobres e necessárias para manter a vida, mas poesia, beleza, romance, amor, é pra isso que ficamos vivos...

Citando Walt Whitman: Oh eu! Oh vida!
Oh eu! Oh vida! repleta de perguntas repetidas,
De intermináveis filas dos incrédulos,
Das cidades cheias de tolos,
Eu mesmo eternamente envergonhado de mim mesmo (pois quem mais tolo do que eu e mais infiel?)
De olhos que inutilmente desejam a luz,
de objetos insignificantes,
da luta sempre renovada,
Dos pobres resultados de todos,
da multidão laboriosa e sórdida que sinto à minha volta,
Anos vazios e invisíveis para os que restam,
com o que resta de mim entrelaçado,
A pergunta,
Oh eu! tão triste, ainda insisto -
O que vale a pena nisso tudo?
Oh, eu, oh, vida?

Resposta

Que você está aqui - que existem vida e identidade,
Que a poderosa peça continua, e você pode contribuir com um verso.
(eu pergunto a Nina: qual será o nosso verso?)

Fiquem de pé em cima da mesa e me acompanhem... Gosto de lembrar que devemos olhar constantemente as coisas de um modo diferente... O mundo parece muito diferente daqui de cima... Se não acreditam, venham vê vocês mesmos... subam em cima de uma mesa... Quando vocês pensam que sabem de alguma coisa, precisam ver de outra maneira. Ainda que pareça bobagem ou errado, vocês devem tentar... Quando lêem, não considerem apenas o que o autor acha... Considerem o que vocês acham...

Acho que esta é a melhor coisa que vocês deveriam ter em mente...

Cavalheiros... Vocês devem buscar encontrar suas próprias vozes, porque quanto mais esperarem pra começar, menos chances vocês terão de encontrar. Thoreau disse certa vez que A maioria dos homens vivem vidas de silencioso desespero, não se resignem a isso. Libertem-se! Reajam!

Todos começamos com nossas próprias velocidades, a nossos próprios passos... Uns calmamente, sabia que chegava lá; Uns pensavam, isso está certo? Deve estar. Ou será que não? Não sei...; Outros levando por uma forca superior, quase se arrastando... Tudo bem, não trouxe ninguém aqui para ridicularizar, mas para ilustrar a questão da conformidade, a dificuldade de manter suas próprias convicções diante dos outros... Em alguns de vocês eu percebi um olhar que dizia: Eu teria andado diferente. Então se perguntem por que batiam palmas?

Todos nós temos necessidade de aceitação, mas devem acreditar que suas convicções são únicas. São de vocês. Mesmo que os outros as achem estranhas ou impopulares. Mesmo que o rebanho diga: É ruiiiimmmmmm... Robert Frost escreveu certa vez que Duas estradas bifurcaram num bosque e eu segui pela menos usada. Isso fez toda a diferença. Quero que encontrem a maneira de andar de cada um de vocês. Os seus próprios passos. Qualquer direção. Vão para onde quiserem. Que seja orgulhosa, boba, qualquer que seja. Cavalheiros... o pátio é de vocês...

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Eu fui à floresta porque queria viver deliberadamente. Queria viver profundamente e sugar toda a essência da vida. Acabar com tudo o que não fosse vida. Para que, quando a minha morte chegasse, eu não descobrisse que não vivi.
Henry David Thoreau





P.S.: Texto semi-adaptado do filme A Sociedade dos Poetas Mortos, de Peter Weir, 1989...

P.S.1: O título é referência a um poema de Walt Whitman sobre Abraham Lincoln...

P.S.2: O Poema recitado na introdução é intitulado de As Virgens Que Fazem Muito Caso Do Tempo, de Robert Herrick...

6 comentários:

p.k | 3 de setembro de 2011 às 23:06

eita fi ... tva era inspirado ... tva vendo a hora tu colocar aew byron tbm ... na proxima coloca o fernando pessoa com sua poesia na qual ele diz

"todas as cartas de amores são ridiculas ...
pois se não fossem ridiculas não seriam cartas de amores ....."

Qualquercoisa | 3 de setembro de 2011 às 23:12

Sócia... é como diz alguém ai na história... se você não é capaz de parecer ridículo, não é digno de amar... ahah

Lys Fernanda Rodrigues | 3 de setembro de 2011 às 23:57

Gostei muito do seu texto, dos seus argumentos e a forma de você lecionar a sua opinião. Até a próxima, te espero para uma visita!
Até mais.

Qualquercoisa | 7 de setembro de 2011 às 18:04

Nina responde: A gente não tem quase nada a ver, mas o que tem a ver vale por tudo...

Aline Mendes | 7 de setembro de 2011 às 20:05

...Dizem que os opostos se atraem , eu não sei
Só sei que amantes se completam , e é lei

A gente não tem quase nada a ver,
mas o que tem a ver vale por tudo...

Sempre Que Penso... | 9 de setembro de 2011 às 13:54

Ei sumido!! Nem Li vc...rs vim so da um Oi!
Abraços!!

Postar um comentário

Qualquer Coisa © 2008. Blog design by Randomness