Saudades

Hoje eu me peguei sentindo saudades, não uma saudades daquelas que arrebenta o coração e pula pela garganta, mas uma saudade sutil e meio sem querer, como quando você estica o pescoço e coloca a cabeça no corredor principal a fim de ver o que estão dizendo sobre você...

É uma saudade meio estranha e, ao mesmo, tempo confortável... Não um confortável como quando sentávamos naquele velho banco em frente ao rio e bebíamos vinho barato ao som de um violão muito bem afinado até de manhã...

Acho que o que estou tentando dizer é que sinto saudades dos antigos comentários em blogs, de roubar lâmpadas e jogar em um boxe do banheiro do primeiro andar... Acho que sinto falta mesmo é de vagar pela madrugada, voltando para casa, cantando a ultima moda, em alto e bom som, a letra errada que insistíamos em querer estar certa...

Hoje eu me peguei sentindo saudades, não uma saudades daquelas que uma música faz chorar e aperta o peito, mas uma saudades estranha, bem ao tom de Deja Vu, como quando passo pela calçada que leva ao anfiteatro ou quando retiro, por praxe, o cartão velho da biblioteca.

Hoje eu já percebo, e aprendi amargamente, que o passado é como uma borboleta e quando a tocamos demais, suas asas ficam fracas e ela nunca mais consegue voar... Então, hoje, deixo que o passado voe livre, mas, mesmo acreditando piamente nisso, ainda me pego triste esticando a mão rumo a borboleta...

Qualquer Coisa © 2008. Blog design by Randomness