Da Netscape ao Televisor...


Nós humanos andamos muito ocupados nesses últimos séculos. Desde que paramos de andar com as mãos arrastando no chão... Fizemos muita besteira, isso é certo, mas também criamos coisas bem legais, mas isso faz pensar... Em uma pequena lista podemos enumerar as invenções realmente significante da humanidade... Tais como: a lâmpada elétrica, o motor a vapor, o motor de combustão interna, o avião, o automóvel e claro... o pão fatiado...

Mas junto a essas inversões, podemos encontrar uma em particular mais recente, surgida do nada e em um !buum! explodiu em nossas vidas como um verdadeiro tufão... A invenção, é claro, é a World Wide Web... Um universo incrível e surrealista que gerou imensas fortunas, sustentou inúmeras indústrias e mudou a maneira como o mundo trabalha, brinca, se comunica, faz compras e até como se apaixona...

Mas o que realmente significa isso? Queremos realmente ser lembrados como usuário do Mozilla ou como algo importante? Vivemos em um mundo onde, em uma cidade pequena, encontramos mais usuários de Mini-Fazendo do que jogadores de Amarelinha... Vivemos em um mundo onde a NetScape tem tanta relevância quando a escola, mesmo que o seu nome nunca ouvimos falar...

Neste mundo brincar na calçada se tornou ultrapassado... se sujar e se arranhar já não é mais possível em um mundo onde Einstein viveria um pesadelo... Usando as palavras do próprio físico, que explica que tornou-se chocantemente óbvio que nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade... É assim que queremos ser lembrado?

Obs.: Com pensamentos do filme: A Guerra dos Navegadores...

O outro lado do egoísmo 2



Está todo mundo falando do Natal nestes últimos dias... nas ruas, rede sociais, jornais e sei lá em mais o que... Até já esqueceram o fim do mundo... O triste é que as pessoas acabaram foi esquecendo o real sentido deste dia... Aniversário de Jesus ou desculpa para estourar cartão de crédito?

O aniversariante nem sequer foi convidado para a festa, assim como nós parecemos nem ter sido convidados para retirar esse óleo de peroba da cara e lixar um pouco essa fachada de pau que chamamos de vergonha...

Vamos esquecer um pouco o anacronismo que se tornou o 25 de Dezembro e pensar um pouco em Mumbai ou Calcutá? Duas cidades indianas que possuem o maior nível populacional do planeta ou onde podemos encontrar os Distritos da Luz Vermelha.

O local abriga milhões de pessoas, dentre elas o maior número de prostitutas do mundo, concentradas em um único perímetro urbano... 40% são menores de dezoito anos... 8 mil são vendidas pelas famílias todo ano... Milhões são consagradas para servirem a Deusa Yellamma sendo prostitutas do templo... 12% são vendidas pelos pais... 21% são vendidas a conhecidos da família...

33% têm entre 13 e 18 anos... 66% dos homens escolhem crianças de 10 a 14 anos... 75% delas têm relações sexuais de 5 a 9 vezes por dia... 70% são portadoras de HIV e viciadas em algum tipo de droga... Muitas engravidam ainda na adolescência, têm abortos consecutivos devido ao trabalho sexual forçado... São espancadas e torturadas para cederem...

82% dessas crianças são indianas... 90% não são alfabetizadas... 100% dos casos são ilegais... Elas perdem a identidade, a família, os amigos, a alegria, a esperança e a dignidade, isso sem falar na infância e ainda ficamos chateados por que não ganhamos presentes de Natal, sendo que nem o aniversariante convidamos...

Obs.: Para qualquer curiosidade, vejam NascidosEm Bordeis, 2004, ou o trabalho da irmã Patrícia Oliveira, no Youtube...

O pior lado...


O pior não é a tristeza de todos os erros, mas sim de um único: O do orgulho. Esse nos faz andar por caminhos espinhosos, e no fim só nos causam mais feridas... Francisco Farnum tinha toda razão... Assim como tinha razão a menina que disse que meu exagero ainda iria me matar... Mas para dizer a verdade eu estou feliz...

Sim estou feliz... Feliz demais pra esquecer que a cabeça ainda dói das pancadas que dei até descobrir que não era a porta que estava no lugar errado... Feliz demais pra esquecer que o chão ainda treme depois da terceira xícaras de café... E feliz demais pra ver que as coisas estão desmoronando e ninguém esta disposto a estender a mão para tentar segurar sequer um pedacinho dos sonhos investidos nesse conto de fadas de caderno de capa dura...

Ainda consigo lembrar Fernanda Mello dizendo que precisava ser menos e sim, eu também preciso ser menos... Menos dramática. Menos intensa. Menos exagerada. Nesse minuto, nesse segundo, por favor, me bloqueie o coração, me cale o pensamento, me dê uma droga forte para tranqüilizar a alma. Porque eu preciso. E preciso muito.

Eu preciso diminuir o ritmo, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesmo. Eu preciso respirar... Me aperte o pause, me deixe em stand by, eu não dou conta do meu coração que quer muito. Eu preciso desatar o nó. Eu preciso sentir menos, sonhar menos, amar menos, sofrer menos ainda.

Aonde está a placa de PARE bem no meio da minha frase? Confesso: eu não consigo. Nada em mim pára, nada em mim é morno, nada é pouco, não existe sinal vermelho no meu caminho que se abre e me chama. E eu vou... Com o coração na mochila, o lápis borrado, o sorriso e a dúvida, a coragem e o medo, mas vou...

Não digo: "estou indo", não digo: "daqui a pouco", nada tem hora a não ser agora. Existe aí algum remedinho para não-sentir? Existe alguma terapia, acupuntura, pedras, cores e aromas para me calar a alma e deixar mudo o pensamento? Quer saber? Existe. Existe e eu preciso. Preciso e não quero.

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