Como envelhecer direito...

Hoje uma amiga de faculdade indagou sobre uma coisa que me deixou pensativo e que me fez lembrar de quando era bom não se preocupar... Disse ela que essa idéia de que damos valor às coisas apenas quando lutamos por elas não se enquadrava a ela, de que o fácil era bem mais divertido que o difícil e que correr atrás de algo não dá a esse algo qualidades de importante...

Recordei de que eu também era assim... eu também costumava dizer que se algo necessitava de mais de dois passos para ser feito é porque não valia a pena... Eu costumava desistir das coisas muito facilmente e que quando é difícil era difícil e pronto, não tinha discussão... Mas eu também tinha a certeza de que se vinha fácil ia fácil...

Então decidi aplicar esta teoria com as garotas... Eu estava na oitava série e até então nada na minha vida havia dado certo... nenhum dos meus relacionamentos havia durado mais de uma semana... Então decidi que iria tentar... que iria correr atrás e ver se era realmente verdade isso que diziam sobre a importância de se batalhar por algo... Mas pra ser bem sincero o sentimento narcisista sempre imperou em mim...

Mas a surpresa foi mais devastadora do que os cinco meses que passei para conseguir namorar aquela sutil menina de cabelos vermelhos, quando quatro dias depois eu havia parado de ligar e começado a me interessar mais por basket de rua... Acho que talvez tenha sido por isso que ela nunca mais tenha me procurado...

No entanto, eu tirei uma boa experiência disso tudo... uma explicação que é útil até hoje... Algo do qual pôde me ensinar que o que vem fácil ou difícil não importa... sim, não importa... o que importa é a experiência que tiramos disso tudo... o que importa é o caminho que percorremos para chegar até o objetivo e não o objetivo em si...

Durante muito tempo eu pensei a respeito do porquê de certas coisas acontecerem e do porquê de certas coisas durarem tão pouco tempo em nossas vidas, tendo ela se tornado importante ou não... Agradeço a todas elas por tudo, tanto de bom quanto de ruim... afinal, eu nunca seria quem sou se não fossem os caminhos percorridos para se chegar até aqui... para me tornar quem sou...

Não sei se sou uma pessoa boa ou ruim... não sei se sou uma pessoa descente ou não... só sei quem sou e o que quero, e através disso correr atrás de coisas que considero importantes (ou não), mas que me trazem experiências boas e ruins, pois são elas que formam caráter e que colocamos em nossos currículos...

O importante não é o destino, mas sim a jornada... O importante não é chegar à lua, mas o avanço tecnológico que se teve para conseguir tal fato... O importante não é se formar, mas sim aproveitar cada instante e cada experiência, pois serão elas que nos darão chão para continuar caminhando... São as experiências que contam... São elas que nos ajudarão a envelhecer direito e que nos impedirão de nos tornar velhos cinzentos que reclamam de jovens que se divertem, já que eles próprios não quiseram ser...

2 comentários:

Lys Fernanda Rodrigues | 2 de julho de 2011 às 00:05

Gostei muito do texto e da sua visita ao meu blog, foi bom revê-lo. Até mais!

Raquel | 5 de julho de 2011 às 00:14

Acho que os objetivos são importantes, na medida que estimulam a jornada. Qual seria a jornada se não houvesse objetivo?
Mas, é isso; a jornada é a construção.
Abraço =D

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